Histórico
1800
Em 1800, pelas mãos do então Governador do Grão-Pará, Dom Francisco de Souza Coutinho, é mandado construir de pedra, sem nenhuma técnica de arquitetura, um “chafariz” na Travessa da Piedade (hoje Assis de Vasconcelos) aproveitando a água cristalina e pouco sedimentada que jorrava abundantemente de uma nascente perto do igarapé Domingüis, local onde somente os governadores de então e seus capitães generais se abasteciam.A finalidade era fazer com que a população bebesse água pura em vez do uso de poços mal planejados.
1803
Já em 1803, ao Governador Dom Marcos de Noronha e Brito, coube por assim dizer, o mérito de iniciar o saneamento da capital paraense mandando abrir canais , valas e aterrar grande parte da área que circundava o chamado Igarapé Piry, dividindo o pântano em quarteirões, cortando-o por três longas e largas estradas, sendo que mais tarde, transformadas em aprazíveis avenidas, como a atual Avenida 16 de Novembro, antiga estrada de São José e a Avenida Almirante Tamandaré.
1852
Em 1852, além de outras obras, o Presidente da Província do Grão-Pará, Dr. José Joaquim da Cunha manda assentar um “cano” entre a estrada das Mongubeiras – hoje Avenida Almirante Tamandaré e o Largo da Igreja da Santíssima Trindade, hoje Largo da Trindade, destinada a dar esgoto às valas existentes naquela área, meio único pelo qual se podia dar saída às águas pluviais que nesses terrenos ficavam depositadas e estagnadas, afetando a saúde pública da cidade, alertando o governo a se preocupar com a proteção dos mananciais de água potável.
Caso da área dos poços do Paul d’Água localizado na estrada do mesmo nome, mais tarde São Jerônimo e atualmente Avenida Governador José Malcher, cuja fonte principal de água potável que abastecia Belém ficava precisamente na esquina da Travessa da Piedade.
1854 .. 1870
Em 14 de Outubro de 1854 é sancionada pelo já então Presidente da Província , Sebastião do Rego Barros , a primeira lei que determinou a criação de sistema de encanamento de água potável para esta Capital , e em 1862 foi celebrado com a firma Mediclott & Cia , o primeiro contrato para abastecimento de água encanada.
Muitas providências foram tomadas no decorrer dos anos (consulta nos arquivos do Centro de Documentação da Cosanpa) e em 1870 uma lei foi criada determinando a quantidade mínima de litros d’água a ser fornecida a cada habitante.
“Art 1º- O governo da Província determina que para distribuição de água potável nesta capital fixará em duzentos litros o mínimo de quantidade d’água a fornecer por cabeça em vinte quatro horas…”
Veja algumas curiosidades da história do saneamento do Pará celebrados em contratos para distribuição da água naquela época:
“Será permitidos aos aguadeiros a venda d’água em potes de oito frascos ao preço de 40 reis o pote , sendo o vasilhame bem asseado e a água vendida seja saudável , sob penade multa de 20 mil reis pela infração e o dobro nas reincidências”.
“A distribuição das águas será feita por meio de oito chafarizes e doze torneiras , e o mais que se julgarem necessários. Estes chafarizes e torneiras fornecerão água gratuita para a extinção dos incêndios.”
“A venda d’água será efetuada ao preço de 20 reis por cada barril de 25 litros.”
“A Empresa terá um sistema de vender água por carroça com barris nas casas particulares ao preço nunca maior de 60 reis por pote de vinte litros.”
1877
Em 1877 , novos estudos para canalização de água foram feitos e em 3 de Setembro de 1881, a Companhia das Águas do Gram – Pará, teve seus estatutos aprovados pelo decreto Imperial n.º 8243 , devidamente registrado na Junta Comercial. Daí então foi um passo para a implantação do sistema de canalização e abastecimento de água potável em Belém do Gram – Pará. Sua sede inicialmente foi implantada em um prédio da TV do Passarinho , atual Campos Sales mudando-se posteriormente para a Rua da Indústria entre a Av. 15 de Agosto e a Tv. 1º de Março.
1885 .. 1895
E em Abril de 1885 foi terminada a obra que hoje é um marco histórico do saneamento em Belém: o reservatório de São Brás conhecido como a Caixa d’Água de São Brás, construído de forma cilíndrica com capacidade de 1.570 .000 litros, feito de ferro forjado e sustentado por colunas de ferro fundido.
O abastecimento é feito em toda a cidade por meio de canalização de ferro fundido, sendo extraída a água dos mananciais Aureliano, Buiussuquara e Antão, todos abrigados pelas matas do Utinga.
Muitos anos se passaram, muita coisa aconteceu, para em 1895 o Governador Lauro Sodré, através do Decreto nº 104 de 6 de setembro do mesmo ano, criar a Inspetoria das Águas de Belém em susbstituição da Companhia das Águas do Gram-Pará.
1899 .. 1946
Em 1899 o já então Governador Paes de Carvalho, através do Decreto nº 663 de 21 de março, extingue a Inspetoria das Águas criando com as mesmas prerrogativas, a Diretoria dos Trabalhos Públicos.
Coube ao Governador Augusto Montenegro já no ano de 1901, a realização da grande reforma administrativa e pelo Decreto nº 1015 de 14 de maio dá nova organização ao serviço de água de Belém. Extingue a Diretoria dos Trabalhos Públicos e cria a Diretoria do Serviço de Águas.
E os anos corriam quando, já no ano de 1940 o Interventor José Carneiro da Gama Malcher, baixou o Decreto-lei nº 3621 de 4 de dezembro, que transformou em Serviço de Águas a antiga Diretoria do Serviço de Águas.
Chegado o ano de 1946, o então interventor Octávio Meira, através do Decreto-lei nº 4976 de 28 de fevereiro, deu nova denominação ao Serviço de Água, que passou a chamar-se Departamento Estadual de Água.
1962 ..
Já em 1962, o Governador Aurélio do Carmo, visando a melhoria do abastecimento de água, extingue o Departamento Estadual de Água e cria o Departamento de Águas e Esgotos.
E em 21.12.1970, o Governador Alacid da Silva Nunes, ainda na gestão do Engº Loriwal Rei de Magalhães como Diretor geral do DAE, sanciona a Lei nº 4336 substituindo o Departamento de Águas e Esgotos, pela Companhia de Saneamento do Pará – COSANPA, que ficou responsável pela expansão do sistema de abastecimento de água em todo o território paraense, tendo como seu primeiro presidente o Engº Waldemar Lins de Vasconcelos Chaves e sucessivamente pelos engenheiros Haroldo Teixeira de Araújo, Luis Otávio Mota Pereira, Marco Valério de Albuquerque Vinagre, Ruy Martini dos Santos, José Homobono Paes de Andrade, Inácio Koury Gabriel Neto, Ramiro Jayme Bentes, Mauricio Otávio de Almeida, Haroldo Costa Bezerra, pelo economista Frederico Alberto de Andrade, Engº Eduardo de Castro Ribeiro Júnior, pelo economista Edilson Rodrigues de Sousa, pelo engº químico Sérgio Roberto Rodrigues de La Roque, pelo economista Antonio Rodrigues da Silva Braga, pela jornalista Noêmia de Sousa Jacob, pelo advogado Luciano Lopes Dias, pelo Gestor Público Abraão Benassuly Neto, pelo Engº Elétrico Dr. Cláudio Luciano da Rocha Conde , pelo Bacharel em estatística e Direito Márcio Coelho , pelo Engenheiro Civil , pós-graduado em Saneamento Ambiental e também em Meio Ambiente e Sociedade, José Antônio de Angelis .
Atualmente, o presidente da Cosanpa é o paraense José Fernando Mendonça Gomes Júnior. Formado em Gestão de Negócios, com pós-graduação em Gestão de Pessoas.